quarta-feira, 14 de maio de 2014

São Matias

São MatiasNós estamos em festa com toda a Igreja, pois lembramos a santidade de vida de um escolhido do Espírito Santo para o grupo dos apóstolos. São Matias era um discípulo que acompanhou Jesus no tempo de Seu apostolado e foi tão fiel na vivência dos ensinamentos do Mestre, que tornou-se testemunha de Sua ressurreição.
No livro dos Atos dos Apóstolos, estão registrados os fatos que levaram à escolha de um discípulo que ocupasse o lugar deixado por Judas, o traidor: “…é preciso, pois, que um dentre eles se torne conosco testemunha de sua ressurreição. Apresentaram então dois homens: José chamado Barsabás, que tinha o apelido de Justo, e Matias” (Atos 1,22-23).
São Matias recebeu em Pentecostes a efusão do Espírito Santo, e tornou-se um apóstolo ardoroso como os demais, testemunha do Ressuscitado. Evangelizou na Palestina e na Ásia Menor, e morreu mártir por apedrejamento.
São Matias, rogai por nós!

terça-feira, 13 de maio de 2014

Os segredos de Fátima

1°, 2°e 3º segredos de Fátimanossasenhoradefatima1
1º segredo - A visão do inferno: Muitas pessoas não acreditam que existe… Contudo, as crianças videntes ao vê-lo, ficaram impressionadas e apavoradas. Viram homens e mulheres, jovens e velhos, se debatendo num mar incandescente, devorados pelas chamas eternas. Davam gritos terríveis e vociferavam abomináveis imprecações.
A propósito da forte impressão que o Inferno lhe causou, irmã Lúcia escreveu numa carta ao Bispo de Leiria: “Esta visão foi num momento, e graças à nossa boa Mãe Celeste, que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o Céu. Se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor”. Ela explica na carta, que o Inferno é formado por um imenso mar de chamas onde os condenados flutuam e onde as suas almas pecadoras são devorados pelas labaredas eternas, queimando e elevando como fagulhas de um grande incêndio.
Também faz parte do Primeiro Segredo um aviso de Nossa Senhora sobre a Guerra: “A 1ª Grande Guerra Mundial vai acabar… todavia Deus quer a conversão da humanidade, caso contrário acontecerá uma outra guerra muito pior” (…).


2º segredo – É divido em duas partes:
2.1 – Instituição da devoção ao Imaculado Coração de Maria – Nossa Senhora revelou que DEUS quer a instituição da Devoção ao seu Imaculado Coração, através da Comunhão Reparadora. As pessoas em estado de graça, deverão comungar durante 5 (cinco) primeiros sábados de cada mês, seguidamente, rezar um Terço e fazer 15 minutos de adoração ao Santíssimo Sacramento, para consolo e desagravo de todas as maldade, ofensas e pecados que diariamente são cometidos contra o Imaculado Coração de Maria. Aqueles que acolherem a solicitação, não morrerão em pecado mortal e na hora da morte, receberão a visita consoladora da Mãe de Deus.
2.2 – Consagração da Russia ao Imaculado Coração – Ela pediu que todos os Bispos do mundo unidos ao Santo Padre, o Papa, fizessem a “Consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração”.
NOSSA SENHORA prometeu, se atenderem estes dois pedidos, a Rússia se converterá, muitos pecadores farão penitência e o mundo viverá um período de paz. Caso contrário, o mal crescerá, os dirigentes da nação comunista espalharão os seus erros e o materialismo ateu por todas as partes, crescerá a “apostasia” e nascerá a “impiedade”. Acontecerá uma devastadora Guerra Mundial (a Segunda) onde morrerão muitas pessoas e nações serão dizimadas.

3º segredo – A Íntegra do Terceiro Segredo de Fátima
Esta é a terceira parte do segredo revelado no dia 13 de julho de 1917 às três crianças na caverna de Iria, na cidade de Fátima, e transcrito pela Sóror Lucia no dia 3 de janeiro de 1944.
“Escrevo em obediência ao senhor, meu Deus, que me ordena fazê-lo por intermédio de Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Bispo de Leiria e da Santíssima Madre sua e minha”.
“Depois das duas partes que já expusemos, vimos, no lado esquerdo de Nossa Senhora, um pouco mais para o alto, um anjo com uma espada de fogo na mão esquerda; brilhando soltava chamas que pareciam incendiar o mundo; mas se apagavam no contato com o esplendor que Nossa Senhora irradiava com sua mão direita na direção do anjo, que disse, apontando para a terra com a sua mão direita: penitência, penitência, penitência!
E vimos uma imensa luz que é Deus: ‘algo semelhante a como as pessoas se veem quando passam diante de um espelho’. ‘Vimos um bispo vestido de branco e tivemos o pressentimento de que fosse o Santo Padre’.
Também vimos outros bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas subirem uma montanha íngreme, em cujo topo havia uma grande Cruz de madeira simples; o Santo Padre, antes de chegar até ela, atravessou uma grande cidade em ruínas, tremendo e com um passo vacilante, com um semblante pesado de dor e pena, rezando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegando no alto do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que dispararam vários tiros de arma de fogo e flechas; e do mesmo modo morreram, uns atrás dos outros, os bispos, os sacerdotes, os religiosos, as religiosas e diversas pessoas do povo, homens e mulheres de distintas classes e posições.
Sob os dois braços da Cruz, havia dois anjos, cada um deles com uma jarra de cristal na mão, com as quais recolhiam o sangue dos mártires, e com ele regavam as almas que se aproximavam de Deus.

FONTE: Canção Nova

Ação Social

Neste último domingo, jovens do Vicariato Suburbano da 1° Forania, realizaram uma ação social na Paróquia Nossa Senhora do Loreto, na Ilha do Governador, onde estão abrigados as pessoas expulsas do prédio da Telerj em Engenho Novo.

Vá você também, ajude seus irmãos !

Confira as fotos:










segunda-feira, 12 de maio de 2014

Se eu quiser falar com Deus...

Pode ser a família mais desligada de religião, mas se ela mantém algum resquício de profissão de fé, normalmente os pais rezam com os filhos em algumas ocasiões ou ensinam a eles a rezarem. À noite, antes de dormir, a mãe ensina o filho a juntar as mãozinhas e a agradecer a Deus por mais um dia ou, quando algum parente encontra-se enfermo, ela convida o filho a rezar por sua recuperação. Para aquele que crê, rezar é uma necessidade antropológica, ou seja, faz parte de sua vida e ela não pode ser pensada sem tal.
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A oração acalma, dá esperança, anima, enche de paz. Mas por que a oração faz tudo isso? Porque ela gera comunhão com Deus. Quando a gente ora ou reza – orar e rezar são sinônimos – todo nosso ser fica predisposto à ação de Deus; nosso coração se abre para a ação divina; nossa vida é colocada nas mãos dele. Esse gesto de confiança e entrega têm efeitos salutares sobre nós. Nosso cérebro se revigora e se prepara para os turbilhões da vida. Então, rezamos, mas não só para pedir graças a Deus (a cura de um parente, por exemplo). Rezamos porque não sabemos viver sem rezar; porque a pessoa de fé tem necessidade de cultivar sua amizade com Deus, de se relacionar com ele, de lhe falar dos seus problemas, de suas conquistas etc.

No caminho de discipulado que a catequese quer ser, a oração tem lugar de destaque. Afinal, não dá para ser discípulo de Jesus por obrigação, mas sim por opção, porque se quer entrar em relação com ele, ser seu amigo, ficar mais próximo dele. E neste caso, a oração apresenta-se como um caminho insubstituível. Por isso, na catequese, costuma-se rezar em todo encontro. Começamos e terminamos nossos encontros rezando. Esta é uma prática do povo católico. As reuniões são sempre abertas por um momento orante. Mas como orar com as crianças, os jovens e os adolescentes de nossa catequese hoje? Será que basta ensinar o Pai-nosso e a Ave-Maria ou a Oração ao Espírito Santo? Seria suficiente decorar a Oração do anjo da guarda, o Credo (que na cultura de muitos espanta os demônios) ou outras orações que desde cedo aprendemos a recitar? Aí é que mora o problema. Quando falamos em oração, normalmente, pensamos nestas preces decoradas ou em outras práticas de piedade, tais como o terço ou as novenas. Mas existe uma gama de possibilidades de oração, para além destas práticas mais regulares. A Catequese hoje quer redescobrir essas práticas, sempre presentes na vida cristã, e revalorizá-las. Mais que ensinar orações decoradas, a catequese quer ensinar a orar. Para orar é preciso criar uma atitude de abertura e acolhida. A catequese tem como função colocar o catequizando em comunhão com Deus, proporcionar seu encontro com Jesus, ou seja, proporcionar ocasião para a experiência cristã de Deus. Para isso, não basta ensinar orações. É importante deixar a oração brotar do coração, afinal orar é conversar com Deus.

Se orar é conversar com Deus, então precisamos pouco a pouco crescer no conhecimento de Deus, na amizade com ele. A gente normalmente conversa com os conhecidos, com os amigos, com aqueles que nos são íntimos. Não puxamos assuntos com desconhecidos, a não ser em raros casos. O diálogo fecundo se dá com aquele que amamos, com alguém em quem confiamos. Aí se dá uma coisa maravilhosa: a oração gera conhecimento de Deus, coloca em comunhão, faz surgir uma bela amizade com ele. E, quanto mais conhecimento dele ou quanto mais nos tornamos amigos, mais vontade de orar, de estar ao seu lado lhe falando de nossa vida, nossas angústias e conquistas. Forma-se um círculo fecundo e crescente. Por isso, na catequese, não podem faltar bons momentos de oração. E, para isso, as orações decoradas não são a melhor fórmula, apesar de terem seu valor. A catequese vai se esmerar em ajudar os catequizandos a se expressarem espontaneamente com Deus, a lhe falar de coração aberto. Então, nenhum pai ou mãe deve se preocupar se seu filho não aprender as orações da tradição católica logo nos primeiros anos de catequese. Ele vai aprender essas preces naturalmente, à medida que elas forem acontecendo nos encontros, à medida que o catequizando for mergulhado na comunidade eclesial. Mas não se preocupem os pais: apesar de não aprender as orações, os mandamentos, os sacramentos, as práticas de piedade como novenas, terços e rituais litúrgicos, ele vai aprender a confiar em Deus, ele vai sentir seu amor, ele vai experimentar a alegria de ser discípulo de Jesus, ele vai abrir seu coração para um diálogo fecundo e transformador com o Pai do Céu que o ama. Ele vai aprender a conversar com Deus. Isso é muito mais importante que qualquer outra aprendizagem. Se a catequese conseguir essa façanha, já estará de bom tamanho, já terá atingido sua finalidade.

Solange Maria do Carmo
Biblista, professora de Sagrada Escritura e Catequética na PUC-Minas
15.10.2013

FONTE: Catequese Hoje

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Sacramentos e catequese: uma relação difícil

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Sempre é bom discutir a relação entre catequese e sacramentos. Os pais, então, vivem preocupados com isso. Lembro-me bem quando trabalhei com a catequese permanente em Viçosa (diocese de Mariana – MG). A princípio, foi difícil para os pais entenderem o novo sistema catequético. A maioria deles estranhou, mas logo perceberam as vantagens. Muitos deles se entusiasmaram e voltaram a participar das celebrações dominicais motivados por seus filhos. Outros se engajaram no projeto, tornaram-se catequistas, evangelizadores, coordenadores de grupos de reflexão nas casas etc. Foi uma mudança muito bonita. Mas, sobre a estranheza, posso citar o caso de uma mãe, gente muito boa, professora da Universidade Federal de Viçosa, mulher culta e bem formada em milhões de assuntos, mas bem pouco formada nas questões da fé e da Igreja. Certo dia, foi até o centro catequético falar comigo.  Queria saber “quando seu filho ia tirar a primeira comunhão”. “A catequese estava muito prolongada”, dizia ela, “e era preciso acabar logo com aquilo”. Foi bom que ela tivesse me procurado. Conversamos muito tempo e acho que ela tirou essa ideia de “tirar a primeira comunhão” da cabeça.

Não é de estranhar se alguns pais estranham a catequese proposta hoje. Estranho seria se todo mundo entendesse tudo rapidinho e não tivesse dúvidas. Ora bolas, a catequese católica vem desde o Concílio de Trento (século XVI) atrelada aos sacramentos e sua funcionalidade tem dependido da dispensação dos mesmos às crianças e jovens. A catequese perdeu seu estatuto próprio e se submeteu aos sacramentos. Sem sacramentos, nada de catequese. Mas, se a demanda do sacramento aparece, a catequese logo entra em cena. Então, como poderíamos estranhar que uma mãe queira que seu filho “tire a primeira comunhão”? Faz 500 anos que a coisa está funcionando assim: a catequese é curso para a primeira eucaristia ou para a crisma. Como se “tira” um diploma de um curso, “tira-se” a primeira comunhão depois de certo período de catequese. Mas aí começam os problemas. Será que a catequese é mesmo preparação para a primeira comunhão ou crisma ou ocasião contínua de fazer a experiência cristã de Deus? Que interesse tem a Igreja de ministrar os sacramentos a alguém se esta pessoa não entra na dinâmica da fé? Se ela não faz parte do grupo dos discípulos, se ela não se engaja, não cria pertença, não participa? Certamente que a catequese contempla a recepção dos sacramentos, mas este não é seu objetivo. A eucaristia, por exemplo, não vai faltar nesta caminhada, mas cada coisa a seu tempo. O mais importante não é fazer a primeira comunhão, mas entrar em comunhão. Mas o que é mesmo isso?

Vamos por parte. O que é a eucaristia? Eu diria que ela é um sacramento da Igreja que celebra a comunhão das pessoas entre si em torno do altar do Senhor ressuscitado que se dá como alimento na caminhada. Ora, primeiro: é sacramento da Igreja. Mas o que é sacramento? A palavra sacramento vem do latim, que é tradução do termo grego mistério. A eucaristia é um mistério que a Igreja vive, celebra e crê. Não é uma hóstia somente. É um mistério de amor no qual a gente é mergulhado, do qual a gente passa a fazer parte. É mistério porque revela a presença de Cristo entre nós: Jesus ressuscitado está presente na comunidade reunida que professa a fé e parte o pão. Então, a eucaristia não é coisa para tirar, nem para fazer uma primeira vez. É mistério do qual tomamos parte, sem jamais poder abandonar. Além de ser mistério, é da Igreja(entendida como comunidade de fé reunida pelo Senhor), um sacramento legislado por ela, celebrado segundo suas regras, com as condições que ela impõe. Não estou falando de Igreja hierárquica, mas também dela. Estou falando de Igreja povo de fé que se reúne em torno do Senhor que o salva. Então, não faz sentido nenhum pensar na primeira comunhão sem a Igreja e sem uma vida de Igreja. Segundo: a eucaristia é comunhão com os irmãos de fé e não só com Jesus. Não dá pra fazer comunhão com Jesus, sem comunhão com o todo o seu corpo, sua Igreja. Não faz nenhum sentido comungar sem querer fazer comunhão. A eucaristia não é um pão mágico que cura doenças, faz milagres ou espanta mal olhado. Ela é celebração da comunhão maravilhosa que há e deve haver entre os que professam a mesma fé. Por isso ela é uma refeição entre irmãos. Jesus foi muito esperto ao nos deixar esse sacramento em forma de pão e vinho, uma refeição. Comer sozinho não tem mesmo a menor graça; é coisa para se fazer na companhia amorosa dos irmãos, celebrando o dom da vida. Terceiro: ela é alimento. Alimento é para dar força, nutrir o corpo, animar a caminhada. Quem não quer viver a vida plena de Deus, quem não quer caminhar com ele, quem não quer sua força para enfrentar a vida, não precisa da eucaristia. Ou melhor, quem não quer ser discípulo não precisa do alimento do discipulado. Esse alimento é para nutrir a vida de Deus em nós, para nutrir a comunhão com ele e os irmãos. Engana-se, pois, quem pensa que a primeira eucaristia é um ritual mágico ou um ritual social, onde se veste de branco e tira fotos bonitas com o terçinho na mão. Nada disso! É ritual de comunhão para aqueles que querem fazer comunhão. Por isso, mais importante que a primeira comunhão é a segunda comunhão. E a terceira mais importante que a segunda. E assim por diante, pois o importante é a perseverança no caminho do Senhor. E o mesmo poderia ser dito sobre o sacramento da crisma, mas basta o exemplo da eucaristia para entender que os sacramentos da Igreja não são uma coisa que a gente tira.

E, então, o que a catequese tem a ver com a eucaristia? A princípio, tudo e nada. Tudo, se a catequese coloca cada pessoa na caminhada de discipulado e promove a comunhão que tem seu ápice na mesa eucarística. Nada, se entendemos que ela é curso para poder comungar.

Solange Maria do Carmo
Professora de Sagrada Escritura e Catequética na PUC-Minas
19.11.2013

FONTE: Catequese Hoje

terça-feira, 6 de maio de 2014

Viva São Pedro Nolasco!

Carisma e Espiritualidade - São Pedro Nolasco

São Pedro Nolasco Religioso e Fundador da Ordem das Mercês Nasceu em Mas Saintes Puelles (França), por volta de 1180. Ainda jovem, estabeleceu-se em Barcelona, dedicando-se às obras de misericórdia e, em companhia de outros cristãos piedosos, especialmente à redenção de cativos. Por inspiração divina, no dia 10 de agosto de 1218, fundou a Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria das Mercês, voltada para a redenção de cativos, organizando esta obra também mediante a instituição de fraternidades leigas. Levou a cabo várias ações de resgate, sempre disposto a dar a própria vida, se isto fosse para libertar os prisioneiros que corriam perigo de perder a fé. Heróico exemplo de caridade para seus religiosos, faleceu a 6 de maio de 1249. São Pedro Nolasco é invocado como Patrono da Liberdade. 

 

Lugar e ano de nascimento de Pedro Nolasco

A primeira referência escrita do lugar do nascimento de São Pedro Nolasco encontramo-la no códice Speculum Fratrum (1445) de Nadal Gaver, Mestre- Geral da Ordem, homem de relevante cultura humana e eclesiástica. A frase, fielmente copiada do códice, é, em sua tradução em português, a seguinte: “certamente como o devotíssimo varão Pedro Nolasco, de Mas de lãs Santas Puellas, diocese de San Pablo, próximo de Barcelona, para a qual trasladara seu domicílio...”. Nesta frase do Speculun Fratrun, a tradição mercedária entendeu que Nadal Gaver refere-se a Mas Saintes Puelles (diocese de San Papoul), aldeia situada no condado de Tolosa, sul de França, entre as cidades de Carcassona e Tolosa, no baixo Languedoc. O mesmo diz o Padre Pedro Cijar, em seu Opusculum tantum quinque, de 1446. Esta notícia ratifica-a o padre Francisco Zumel, catedrático de Salamanca, em seu De vitis Patrum. E todos os escritores, mercedários ou não, desde então se ocuparam desse tema, foram sempre unânimes em sustentar que aquele lugar é a pátria de São Pedro Nolasco. Ultimamente, todavia, surgiu uma opinião, baseada mais em interpretações de textos que em fontes fidedignas, segundo a qual Pedro Nolasco teria nascido em uma masía situada nos arredores de Barcelona.A respeito do ano de seu nascimento, não existe com certeza uma data exata. Todavia, tendo em conta um velho códice do qual Francisco Zumel extraiu dados esclarecedores, na setença arbitral do cônego Pedro Oller, aparece Pedro Nolasco redimido cativos já no ano de 1203. Donde se deduz que o fundador dos mercedários, para poder estar empenhado em semelhante empresa nesse ano, devia ter idade madura e espírito empreendedor, nascido do impulso de sua juventude. Por isso, não é arriscado afirmar, com muitos historiadores fidedignos, que Pedro Nolasco nasceu entre os anos 1180-1182. Como escreve Zumel, desde pequeno viveu em Barcelona.

Sua figura e obra antes da fundação da Ordem.

Apresentar a carismática figura de Pedro Nolasco ao leitor do século XX, já no terceiro milênio, é tarefa certamente apaixonante. Porque Pedro Nolasco manifesta-se como um homem de hoje, na encruzilhada de dois séculos: o centenário que se vai, fechando portas e vivências do passado, e o século que vem, abrindo as portas do futuro a estimulantes e novas realidades.Para o jovem Pedro, morria o século XII, com suas guerras, com suas instituições, suas organizações civis e religiosas, seus cativeiros, suas angustias e seus problemas. E nascia o século XIII com seus ares de renovação, com rejuvenecedoras esperanças e presságios certos de revolucionárias novidades nos âmbito religioso, político, social e cultural. Já nos primeiros vinte anos de sua vida, o traço fundamental é distintivo de sua personalidade, transmitido por confiável documentação, é de um jovem cheio de ânimo que inicia sua marcha pelo século XIII, diretamente orientado para a libertação dos cristãos cativos por causa da fé.Estabelecida a família de Nolasco em Barcelona, aprendeu este de seu pai Bernardo, desde muito Jovem, a arte de negociar. O padre Cijar chama-o ótimo negociante, e o próprio Gaver faz constar que Pedro Nolasco foi negociante, antes de fundar a Ordem. Efetivamente, desde sua maioridade já se manifestava nele sua próxima missão carismática dentro da Igreja e da sociedade. Continuará sendo negociante, porém não comprará mercadorias, e sim dedicará sua vida a comprar seres humanos. Associou-se a algumas companheiros, partícipes de suas inquietações em prol dos cativos e, como relata Zumel, “perseverando primeiro na oração de Deus, dedicaram-se, depois, cada dia, a recolher esmolas dos fiéis piedosos, pela província de Catalunha e pelo reino de Aragão, para levar a cabo a santíssima obra de redenção. O que assim se fez para que cada ano se realizassem doravante, pelo santíssimo varão, e seus companheiros não pequenas libertações e redenções... todas estas coisas sucederam no ano de 1203”.A profissão de negociante de Pedro Nolasco foi de grande utilidade para esse grupo de redentores por ele capitaneados, nessa primeira época, já que os negociantes tinham fácil acesso aos países muçulmanos, eram conhecidos e, durante séculos, foram eles quase os únicos intermediários do ajuste de resgate cristãos em terra de mouros e de mouros em terra de cristãos. Esse grupo de companheiros de Pedro Nolasco era formado somente por leigos que, segundo diz Jaime II a Bonifácio VIII, em 1301, “tinham grande devoção a Cristo, que nos redimiu por seu precioso sangue”. Frase afortunada que designa a nota característica da espiritualidade do grupo; a devoção a Cristo Redentor e seu seguimento. Com admirável desprendimento juvenil, despojaram-se de seus próprios bens e deram tudo para a redenção.


FONTE: http://www.mercedarios.org.br/content.php?id=3

segunda-feira, 5 de maio de 2014

A arte da Conversação

Arcabas

“... e conversavam sobre todas essas coisas que tinham acontecido” (Lc 24,14)

Cléopas e seu companheiro decidem ir embora porque está insuportável continuar vivendo no lugar  onde Jesus sofreu a paixão e foi crucificado. A experiência da convivência com Ele e do seu seguimento tinha aberto para eles horizontes novos e mudado radicalmente o rumo de suas vidas.
Agora vão embora de Jerusalém porque, com a morte na cruz e a sepultura do Mestre, morreram e foram enterradas todas as suas esperanças. 
Afastam-se da companhia dos outros discípulos porque o sonho acabou, porque não esperam mais nada, porque querem esquecer tudo. Querem sepultar a história de sua relação com Jesus, o Nazareno, que tinham seguido com tanta generosidade e tanto entusiasmo, e refazer suas vidas longe do lugar onde tudo aquilo havia acontecido. Entregaram suas vidas a um ideal que os fascinou, e fracassaram totalmente.
No entanto, tudo o que havia acontecido com Jesus continua presente na memória e no coração deles.
Conversavam o que significou para eles o encontro com Jesus, a convivência com Ele, o fascínio exercido sobre eles pelo anúncio do Evangelho e pela esperança da libertação de Israel.
Conversavam também sobre a crucifixão e a morte de Jesus: uma conversa triste, sem sentido, uma conversa de fracassados que não leva a lugar nenhum.
Aquele que fez a experiência de conviver com Jesus, que foi cativado por Ele, não consegue mais, mesmo que queira, esquecê-lo. No fundo do coração dos discípulos há um grande vazio que, inconscientemente, querem preencher “conversando”. 
Mas o diálogo não é pacífico: não conseguem encontrar uma explicação para “o que aconteceu com Jesus”, não estão de acordo sobre o sentido dos acontecimentos.
Porque estão interiormente confusos, estão também divididos, não se entendem, “discutem entre si”, (talvez um jogando a culpa no outro por tê-lo envolvido nesta aventura fracassada). 
É justamente no meio desta “conversa”, triste e sem esperança, que o Ressuscitado se manifesta. Ele os acompanha ao longo da estrada com sua presença silenciosa, comunga com a tristeza deles e só então toma a iniciativa de uma conversa com os dois, recorrendo à pedagogia da “pergunta”.
Sua pergunta toca no ponto nevrálgico da dor e os faz explicitar os motivos da tristeza refletida em seus rostos e da preocupação que carregavam no coração, e que faziam tão lentos os seus passos.
A pergunta desencadeia uma longa resposta, carregada de pormenores sobre como os discípulos compreendiam os acontecimentos que viveram. A pedagogia amorosa de Jesus deu certo. Os discípulos abrem o coração e contam ao peregrino “o que aconteceu a Jesus de Nazaré”. Na resposta dos discípulos estão contidos os temas essenciais do Kerigma cristão; mas esse conteúdo é relatado como uma tragédia irreparável. O que aconteceu com Jesus não é contado por um coração ardente e exultante, mas por um coração ferido, desiludido e triste
Jesus não vem ao encontro dos dois discípulos para explicar algo. Vem procurá-los onde estão, para só depois partir com eles, de onde eles se encontram, em direção a um novo  momento. O aproximar-se, o caminhar juntos um bom trecho do caminho, a escuta atenta, antes e depois de perguntar, a própria pergunta..., tudo isso estabelece um clima de confiança, um colocar-se em pé de igualdade, um falar com, que não é mais um falar a alguém.
Na conversa com o peregrino, os discípulos foram se encontrando em sua identidade profunda, que tinha sido desfigurada de tal maneira que já não se sentiam seguidores daquele Jesus que, em outros tempos, tinha plenificado suas vidas. 
Para falar com alguém é fundamental conhecer o que esse alguém pensa, experimenta em seu dia-a-dia, seu trabalho, sua maneira de encarar a vida e o mundo. 
Os discípulos de Emaús falaram de sua realidade, do jeito como a entendiam. Agora Jesus pode dar um passo a mais com eles. Agora sim, porque expuseram sua maneira de entender os fatos, porque fizeram sua análise da realidade, porque mostraram, por sua conversa, onde estavam as raízes de seu desânimo, de sua tristeza, de seu medo, de sua falta de esperança. Agora sim, Jesus pode pensar em ajudá-los. Agora podem partir do ponto em que estão em direção a um novo futuro. 
Sejam quais forem as provações, os fracassos, as decepções, as feridas que sofremos, elas não serão capazes de destruir a nossa relação dom Jesus. Por isso, por um ou outro caminho, mais cedo ou mais tarde, o Senhor virá ao nosso encontro, entrará em diálogo conosco, reacenderá o fogo em nosso coração até fazê-lo arder, abrirá nossos olhos para que possamos reconhecê-lo.
A conversação é uma experiência profundamente humana de proximidade, de conhecimento, de intercâmbio, de ternura... um encontro entre caminhantes que vão compartilhando histórias de vida, esperanças e frustrações, vontade de construir e sonhar... 
Na conversação, o que importa é a pessoa do outro e não os problemas que apresenta... ela é o lugar privilegiado de encontro e descoberta misteriosa do Outro (Deus).
A conversação nos liberta da solidão e do fechamento, fazendo-nos crescer na transparência.
A conversação reforça os laços, criando a comunidade dos “amigos no Senhor”. 
A arte da conversação é um caminho pedagógico, um processo gradual que requer de nós uma capacidade de escuta, de acolher e deixar-se tocar pelo que o outro é, não só pelo que diz; uma capacidade de olhar com profundidade para reconhecer uma história santa, um caminho de salvação. É reconhecer no outro o que há de verdadeiro, bom e belo, e descobrir como o dinamismo de Deus atua no seu coração. 
Texto bíblico:  Lc 24,13-35 
Na oração:  Depois de contemplar longamente os dois discípulos no caminho, tristes, abatidos, decepcionados e totalmente desorientados, dirijamos o “olhar sobre nós mesmos”.
Trazer à memória nossos ideais, sonhos e projetos que fracassaram, fazendo desaparecer o brilho de nossos olhos, apagando o ardor de nosso coração e a alegria de viver.
- Pela conversa a pessoa manifesta quem ela é. “Onde está sua conversa, aí está seu coração”.
- Quais são suas conversas? Elas animam os outros, eleva-os, “aquecem seus corações?...”

Pe. Adroaldo Palaoro sj
Diretor do Centro de Espiritualidade Inaciana

FONTE: Catequese Hoje

Lanche Jovem

Neste domingo, 04/05/2014, a Pastoral da Juventude - Guadalupe realizou uma cantina mais do que especial com porções de batata-frita com strogonoff.. A noite reuniu muitos jovens e pessoas da comunidade que juntos partilharem deste momento..